Burocracia trava aportes chineses em Minas Gerais

Publicada em: 04/12/2014 - Fonte:  Diário do Comércio - MG

Notícia

Além dos setores de mineração, siderurgia e máquinas e equipamentos pesados, Minas também desperta o apetite da China por investimentos no agronegócio e em tecnologias de ponta. Por outro lado, a burocracia excessiva para viabilizar empreendimentos no Brasil pode fazer com que o país e, por conseqüência, o Estado percam aportes chineses para países vizinhos, com regras mais ágeis e retorno mais rápido.

"Minas Gerais é um Estado propício a investimentos chineses em agricultura. A China tem bastante interesse nessa área. Também há interesse em trazer e adquirir novas tecnologias", afirma a vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Uta Schwietzer. Segundo ela, houve um equilíbrio entre o valor aportado por chineses em todo o Brasil na comparação entre 2013 e este ano.

Uta Schwietzer destaca que a China continua interessada em investir no Brasil, apesar do momento político de mudança da equipe do primeiro escalão do governo federal e do desaquecimento da economia nacional ao longo de 2014. "Não tenho visto desestímulo por parte da China em trazer empreendimentos para o Brasil", pontua.

Na avaliação da vice-presidente da CCIBC, pelo fato de a China ser um país em franco crescimento e estar no foco do mercado mundial, quando um país, como o Brasil, recebe um empreendimento chinês, também é uma chance de ele ganhar visibilidade positiva internacionalmente. E o Brasil está correndo o risco de perder essa chance, segundo ela, por causa da burocracia excessiva, que encarece investimentos e deixa as transações mais desgastantes e morosas.

"A vinda de novas empresas chinesas para o Brasil é bom para o país, mas a China também tem sido procurada por outros países que têm a burocracia mais ágil e retorno do investimento mais rápido. Somos favoráveis à existência de controle, da nacionalização e da preservação das regras, mas a burocracia torna o investimento difícil, o que atrapalha as negociações e desestimula o investidor. Isso poderia ser revisto", alerta.